Por Mariana Lourenço
Quando se fala em corredor, uma das ideias que vêm à cabeça de qualquer pessoa é um local de passagem, de circulação. No caso dos corredores ecológicos, a proposta é exatamente essa: permitir que espécies de aves e animais circulem livremente e sem riscos. ‘‘Uma onça precisa de pelo menos 100 mil hectares para transitar’’, explica o biólogo Moacir Arruda. Para o pesquisador social e coordenador da ONG Pequi — Pesquisas e Conservação do Cerrado, Marcelo Lima, a definição de um corredor ecológico requer muito estudo. Doutorando em Ecologia na Universidade de Brasília, ele participa da implantação do corredor Cerrado/Pantanal há um ano. ‘‘Não adianta interligar regiões. Existe um lado sócio-econômico muito importante’’, comenta. Na sua opinião, os técnicos da Jica devem se aprofundar sobre o cerrado, antes de decidir. Sobre o corredor na região do Jalapão, o secretário de Meio Ambiente do Município de Mateiros (TO), Paulo Garcia, também é cauteloso. ‘‘Houve um desmatamento muito grande na área para implantação de monoculturas. Foi um projeto que destruiu muito’’, diz. Mas, na opinião no biólogo Moacir Arruda, os corredores são a melhor forma de preservação, porque protegem ecossistemas inteiros, além das características comunitárias. No corredor Bananal/Araguaia, estão envolvidas populações de 39 municípios (cerca de 250 mil habitantes). Ou seja, além do ambiente ecológico que precisa ser readaptado na implantAÇÃO dos corredores ecológicos é preciso também a participAÇÃO e a conciência da sociedade.
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