Dinamização mental

"Quando o teu conhecimento se libertar de qualquer ilusão, então compreenderás a verdade daquilo que ouviste e ainda ouvirás, e te possuirás a ti mesmo imperturbavelmente. Anuviu-se a tua mente e dúvidas se apoderaram de ti; quando deste ouvidos a opiniões contraditórias; quando ela se tornar pura, iluminada e firmemente estabalecida no EU, então atingirás a tua auto realização. Quando alguém permanece calmo e sereno no meio de sofrimentos, quando não espera receber do mundo objetivo permanete felicidade e quando é livre de apego, medo e ódio - então é ele um homem de perfeita sabedoria. Quando não é apegado a um e indiferente a outro; enquanto não se alegra em excesso com o que é agradável, nem se entristece excessivamente com o que é desagradável - então é ele um homem de perfeita sabedoria. Portanto o sábio não se entristece com nada, nem por causa dos mortos, nem por causa dos vivos. Quando os sentidos estão identificados com objetos sensórios, experimentam sensações de calor e de frio, de prazer e de sofrimento - estas coisas vêm e vão; são temporárias por sua própria natureza. Suporta-as com paciência! Mas quem permanece sereno e impertubável no meio de prazer e sofrimento, somente esse é que atinge imortalidade. O que é irreal (ex: amor) não existe, e o que é real nunca deixa de existir. Os videntes da Verdade compreendem a íntima natureza tanto disto como daquilo, q diferença entre o Ser e o parecer. A essencia não pode parecer, nem morre ainda que as formas pareçam. Quem pensa sempre em objetos sensórios apega-se a eles. Desse apego nasce o prazer e o prazer gera inquietação. A inquietação produz ilusão; a ilusão destrói a nitidez da discriminação, esquece-se o homem da sua natureza espiritual - e com isto vai rumo ao abismo. Mas o homem que possui domínio sobre o mundo dos sentidos e da mente, sem odiar nada nem se apegar a nada, orientado pelo Eu central, esse encontra a paz. Essa paz neutraliza todas as inquietações, e o homem que goza de paz, goza verdadeira beatitude - e acaba por superar também os males externos. Homem de perfeita sabedoria é aquele que possui perfeito domínio sobre seus sentidos com relação aos objetos sensórios. "

quinta-feira, 8 de abril de 2010

E o diploma de jornalista, Meritíssimo?

por Luís Peazê (*)
Dia do Jornalista
No princípio era o fato. Não havia ninguém para contar a história. Os fatos foram se acumulando e as pessoas se interessando cada vez mais sobre as novidades. Assim surgiu a notícia.
A primeira notícia foi contada num tronco de árvore deitado no meio da estrada. “Aqui eu vi um animal tão alto quanto às árvores ao redor, de quatro patas e um rabo muito grande, matei o animal com um tacape na presença de minha família, mulher, dois filhos e um parente. Depois seguimos em fila, do jeito de sempre”.
Surgiu o precursor do jornalista, um homem comum acumulando duas ocupações, a de caçador e cronista. Narrava a cronologia de suas andanças, quando algo inusitado acontecesse. Andava sem parar. Quando parou, surgiu um outro tipo de homem: o caixeiro viajante, o segundo precursor do jornalista, mais descritivo e mais seletivo nas notícias narradas pessoalmente, nas terras para onde viajava. Nesta época surgiram vários tipos de homens, os tipos diferentes de mulheres só surgiriam muito tempo depois.
Surgiram também os cronistas, intérpretes dos caixeiros viajantes e estudiosos da palavra escrita, com símbolos vários, depois consolidados em letras. Começaram a surgir as várias formas móveis de se divulgar as notícias, encadeadas na forma de histórias.
A partir daí o mundo nunca mais foi o mesmo. Pode-se afirmar o seguinte: sem a divulgação das notícias o homem não evoluiria ao ponto e da forma como evoluiu até os dias de hoje. Foi preciso cruzar oceanos desconhecidos, ultrapassar cadeias de montanhas aparentemente intransponíveis, enfrentar diferenças climáticas extremas, as barreiras das diferentes línguas, tudo dificultava a evolução do homem. Somente a divulgação da notícia, ou do conhecimento, a comunicação na sua essência, possibilitou e possibilita a evolução contínua do homem.
Desde àqueles primórdios do jornalismo e durante muito tempo, o precursor do jornalista apreendia informação sobre outras atividades humanas, profissões, para contar histórias, reportar as notícias, mas ele mesmo não tinha uma profissão definida. Um aventureiro irresponsável de nome Marco Pólo parte com seus navios sem rumo definido; a enchente do Rio Nilo deste ano influenciou na colheita do trigo, menor quantidade, subiu o preço; um novo fabricante de perfume chegou a Paris; fulano será enforcado; o Santo Padre mandou construir outra igreja...
Os meios disponíveis para fazer suas reportagens e imprimir as notícias eram poucos e simplórios, a apuração das notícias não era nada sofisticada e o público em geral não havia descoberto ainda a importância da imprensa, falada e escrita. Jamais imaginaria uma mídia instantânea, a disseminação da informação à velocidade da luz e a possibilidade de interação com a notícia.
Não faz muito tempo, do romântico grito na rua do menino vendedor de jornais – Extra! Extra! Extra! – ao silencioso painel eletrônico na fachada do edifício de uma megalópole divulgando em tempo real a descoberta para o câncer, a eclosão de mais uma guerra insana ou o vencedor da Copa do Mundo de Futebol, passaram-se apenas cinco séculos, mas o mundo evoluiu exponencialmente muito mais em comparação com a lenta evolução do narrador no tronco ao caixeiro viajante.
O jornalista de hoje pode operar o inconsciente coletivo, operar o sentimento das massas, guindar um desconhecido à fama repentina ou à difamação irreparável instantaneamente.
Através dessa evolução, desde a prensa de Guttenberg (para não se ir mais longe) a demanda pela ética e a complexidade jurídica do termo responsabilidade solidária impõem a formação criteriosa acadêmica, e o seu aperfeiçoamento contínuo, do jornalista, de um modo tão crítico quanto o é o de um neurocirurgião, o de um engenheiro espacial, o de um jurista, cuja essência, diga-se de passagem, qualquer indivíduo poderia, em tese, ser capaz de desempenhar tal função social. Mas ele precisa ter um diploma, do contrário a sociedade, a lei, não lhe autoriza julgar ninguém. Daí uma das razões, entre outras, da importância do diploma para o desempenho da função de jornalista.

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