Dinamização mental

"Quando o teu conhecimento se libertar de qualquer ilusão, então compreenderás a verdade daquilo que ouviste e ainda ouvirás, e te possuirás a ti mesmo imperturbavelmente. Anuviu-se a tua mente e dúvidas se apoderaram de ti; quando deste ouvidos a opiniões contraditórias; quando ela se tornar pura, iluminada e firmemente estabalecida no EU, então atingirás a tua auto realização. Quando alguém permanece calmo e sereno no meio de sofrimentos, quando não espera receber do mundo objetivo permanete felicidade e quando é livre de apego, medo e ódio - então é ele um homem de perfeita sabedoria. Quando não é apegado a um e indiferente a outro; enquanto não se alegra em excesso com o que é agradável, nem se entristece excessivamente com o que é desagradável - então é ele um homem de perfeita sabedoria. Portanto o sábio não se entristece com nada, nem por causa dos mortos, nem por causa dos vivos. Quando os sentidos estão identificados com objetos sensórios, experimentam sensações de calor e de frio, de prazer e de sofrimento - estas coisas vêm e vão; são temporárias por sua própria natureza. Suporta-as com paciência! Mas quem permanece sereno e impertubável no meio de prazer e sofrimento, somente esse é que atinge imortalidade. O que é irreal (ex: amor) não existe, e o que é real nunca deixa de existir. Os videntes da Verdade compreendem a íntima natureza tanto disto como daquilo, q diferença entre o Ser e o parecer. A essencia não pode parecer, nem morre ainda que as formas pareçam. Quem pensa sempre em objetos sensórios apega-se a eles. Desse apego nasce o prazer e o prazer gera inquietação. A inquietação produz ilusão; a ilusão destrói a nitidez da discriminação, esquece-se o homem da sua natureza espiritual - e com isto vai rumo ao abismo. Mas o homem que possui domínio sobre o mundo dos sentidos e da mente, sem odiar nada nem se apegar a nada, orientado pelo Eu central, esse encontra a paz. Essa paz neutraliza todas as inquietações, e o homem que goza de paz, goza verdadeira beatitude - e acaba por superar também os males externos. Homem de perfeita sabedoria é aquele que possui perfeito domínio sobre seus sentidos com relação aos objetos sensórios. "

terça-feira, 20 de abril de 2010

A verdadeira essência imortal do indivíduo

O Ensinamento Supremo



Espontaneidade, insight, naturalidade e equilíbrio são as bases para a libertação e para a realização. Eles são os quatro elementos básicos da matéria em um plano superior, e a Libertação é o quinto elemento do Espaço — Sunya, o Absoluto. A plataforma de ensino de todos os gurus Adi-Nathas propõe que a humanidade perceba sua própria divindade — que eles não são o corpo, mas almas imortais. Isto em si mesmo constitui o fundamento dos ensinamentos dos Upanishads, do Bhagavad e do Uddhava Gitas, e dos Puranas.

Esta é a essência de todos os grupos, seitas e sociedades que afirmam ter ensinamentos secretos ou esotéricos. Quando o homem compreende isso não há mais nada que precise ser conhecido — ele terá feito tudo que precisava ser feito. É a Verdade — a Sabedoria Suprema — que elimina o medo, o ódio, a casta, o ciúme, o nacionalismo, o ego, a ignorância, a aversão, a repulsa e o apego à vida. É a essência do conhecimento que faz o homem ver a inutilidade do apego.

A verdadeira essência imortal do indivíduo não chora ou clama por atenção ao corpo e não precisa de nenhum ornamento. Está além de todo o medo e frustração, pois nada no mundo relativo pode causar-lhe mal ou criar-lhe obstáculos. Esta compreensão, desde que plenamente consciente, fará o discípulo ver que mesmo os conceitos de libertação são todos relativos, porque a alma é imortal e sempre foi livre.

Então, como pode haver libertação de algo que já está liberto? Ou união com o Absoluto quando a alma nunca esteve separada d’Ele? Se isto é verdadeiro e óbvio, por que então homens e mulheres permanecem presos à relatividade e pensam que as coisas relativas e materiais são reais?

A resposta é maya, o poder mágico e místico de Shakti que manifesta, constrói e cria o relativo e constitui a ilusão básica da humanidade. Isto significa que entre a Verdade e a humanidade existe o véu eterno da ilusão de maya. Rasgue o véu e a Verdade, não mais obscurecida, revelar-se-á sozinha.

Trecho de The Yoga Vidya of Immortality — The Story of the Adi-Nathas, de Shri Gurudev Mahendranath. Traduzido por Christian Rocha.

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