Rodolfo Oliveira pratica o triathlon há três anos e neste tempo vem se destacando na
modalidade
Por Mari Oliveira
Com apenas 26 anos, 5% de gordura no corpo, 1,76 de altura e 66 quilos, Rodolfo Oliveira supera as expectativas nas provas que compete. Dentro da sua categoria, 25 a 29 anos, ele conquistou o segundo lugar no GP Triathlon, em São Carlos – SP, Copa Brasil em Brasília, foi quinto lugar no Long Distance em Pirassununga e em 2010 foi campeão da etapa de Triathlon em Rio Quente Caldas Novas. “Consegui ganhar a primeira etapa do Troféu Brasil que eu julgo ser a mais importante hoje pela visibilidade que tem o campeonato no Brasil, consegui o titulo de campeão na minha categoria competindo com 300 atletas, e na classificação profissional fiquei em 5º colocação no geral”, afirma.
Rodolfo praticava o mountain bike e segundo ele foi fácil a adaptação ao triathlon. “Gostei do esporte e comecei a treinar direitinho, fiquei um ano treinando para participar das provas”. Rodolfo diz ainda que existe um critério na divisão do treino. “Eu treino todos os dias, geralmente de quatro a cinco horas por dia, e divido assim: nado todos os dias, corro segunda, quarta, sexta e sábado. Pedalo terça, quinta, sábado e domingo”.
As categorias do triathlon são divididas em amadores e profissionais e entre essas duas existe a elite amadora, como explica Rodolfo. “Existem provas de vários modelos, o short triathlon que é uma prova mais curta de 750 metros de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida, tem o triathlon olímpico que é 1.500 de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida, o 70.3 - Meio Iron de 1.900 metros de natação, 90 km de ciclismo e 21 km de corrida e tem o Ironman que é a prova top do triathlon, com 3.800 metros nadando, 180 pedalando e 42 km correndo”.
O foco do triatleta para este ano é o Troféu Brasil, o objetivo dele é ser campeão. Porém existem outros campeonatos no decorrer do ano que Rodolfo também estará em busca de títulos. “Quero ganhar o campeonato 70.3 que acontece em Agosto e para disputar a outra etapa em Las Vegas, o ano passado eu consegui a vaga, mas não tinha patrocínio então eu não fui este ano eu já estou me organizando para participar sem dificuldades”.
O triathlon ainda é pouco difundido nas grandes mídias. De acordo com Rodolfo o esporte poderia, pela quantidade de competições durante o ano, ser mais divulgado. Outro empecilho segundo o triatleta é com relação aos patrocínios. “A maior dificuldade do triathlon é a falta de patrocínio, é um esporte muito caro e muito elitizado. Para participar das competições você precisa de um bom patrocínio ou ter uma boa condição financeira. As despesas são altas com a manutenção do equipamento, com suplementos tem que dispor de muito tempo para treinar e acaba que não sobra tempo para trabalhar.
Triatleta Rodolfo Oliveira
Triatleta Rodolfo Oliveira
Fique sabendo
O triathlon é um esporte de natureza aeróbica, cuja energia provém predominantemente da gordura corporal. A palavra Triathlon teria surgido primeiramente em 1904, nos Jogos Olímpicos de Saint Louis, onde ocorrera um evento que consistia nas provas de salto em distância, tiro ao alvo e 100 metros rasos. Em 4 de setembro de 1921, num clube de natação em Marselhas, cidade da França, surgiu um evento com as características do triathlon moderno chamado “Course Des Trois Sports” (A Prova dos Três Esportes), que consistia em aproximadamente 7 km de ciclismo, 5 km de corrida e finalizava com 200 m de natação, nado costas, em que o atleta entrava e saía da piscina a cada 25 metros. A prova foi vencida por um membro daquele clube, chamado Lulu Helmet.
A partir da década de 30 quase não se ouviu falar sobre triathlon até se chegar no ano de 1974, em Mission Bay, próximo de San Diego, Sul da Califórnia, onde em um clube de atletismo, ao dar férias para seus atletas, o treinador prescrevia treinamentos que consistiam principalmente de exercícios de natação e ciclismo para descansarem um pouco do atletismo. Ao voltarem das férias, o treinador fazia um teste com eles para saber se tinham cumprido a planilha de treinamento. Os atletas teriam que nadar 500 metros na piscina do clube, pedalar 12 km em um condomínio fechado e finalmente correr 5 km na pista de atletismo. Gostaram tanto da brincadeira que pediram para os treinadores repetirem a dose nas férias seguintes, porém, convidando os salva-vidas de San Diego para um tira teima (desafio).
A brincadeira contou com 55 participantes e os atletas levaram nítida vantagem. Para as férias seguintes, 1976, os salva-vidas propuseram algumas modificações: natação no mar e com aproximadamente 700 metros, ciclismo na avenida da praia e arredores com 15 km de distância e uma corrida de cross country de 4.5 km. Participaram 95 pessoas que gostaram tanto da disputa que no mesmo ano repetiram por mais 3 vezes a brincadeira. Assim surgiu o Triathlon que passou por várias modificações até a forma olímpica atual, idealizada em 1982 visando ser esporte de demonstração nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, mas, por motivos políticos teve que aguardar mais 16 longos anos para fazer sua estréia olímpica.
Porém a apresentação definitiva do triathlon para o mundo ocorreu no Havaí, onde foi dado início ao Ironman, uma das provas mais extenuantes do planeta. O Ironman, que sem dúvidas é uma referência para o triathlon, começou depois de um desafio em meio a uma discussão casual, junto a uma mesa de bar, em um clube de Waikiki, em outubro de 1977. A dúvida era em definir qual a prova mais extenuante e quais os atletas mais bem preparados. Seriam os nadadores da travessia de Kailua, que totalizava 3,8 km? Seriam os ciclistas que percorriam 180 km da volta ciclística de Oahu? Ou os corredores que faziam os 42.195 metros da Maratona Olímpica do Havaí? No auge da discussão, um ex-oficial da Marinha Americana, chamado John Collins, sugeriu uma prova onde se reunia, consecutivamente e sem intervalos, as três modalidades e quem as concluísse em menor tempo seria realmente um super atleta, seria um “IRON MAN”.
Depois de algum tempo de treinamento, no mês de fevereiro de 1978, foi realizado o primeiro Ironman do Havaí, com participação de 15 atletas, vencido por um motorista de táxi, chamado Gordon Haller, com o tempo de 11:46:58. Apenas 11 concluíram a prova. Anualmente, no mês de outubro, mais de 3.000 atletas procuram superar esse desafio no Havaí. Dave Scott e Mark Allen são considerados duas lendas do Ironman do Havaí. Em 1989 Scott, que já tinha vencido a prova seis vezes, e Allen, protagonizaram um espetáculo que ficou para a história. Os dois americanos competiram o tempo todo lado a lado, sem se olharem e sem se falarem, tendo Allen obtido sua primeira vitória, após seis tentativas anteriores, com apenas um minuto de diferença.
Veja os tempos:
MARK ALLEN: - 00:51:17 - 04:37:52 - 02:40:04 - 08:09:15
DAVE SCOTT: - 00:51:16 - 04:37:53 - 02:41:03 - 08:10:13
Em 1981 três atletas brasileiros, chamados Beto Dolabella, Marco Ripper e Ronaldo Borges, conheceram esse esporte pouco difundido no Brasil após contato com o jornalista americano e que também era corredor, chamado Yllen Kerr, e então começaram a se preparar para o Ironman. Em 1982 os três participaram pela primeira vez do Ironman do Havaí. A primeira prova de triathlon realizada no Brasil foi em 7 de fevereiro de 1982, organizada pelo americano citado acima, mas as distâncias e ordem das modalidades eram simplórias, sendo 950 m de natação, 7,5 km de corrida e 15 km de ciclismo. Em 13 de maio de 1983, no Rio de Janeiro, foi realizada a primeira prova com a ordem correta das modalidades, nas distâncias 1000 m de natação, 43 km de ciclismo e 11 km de corrida, sendo vencida pelo carioca Roger de Moraes.
Em 1989 foi fundada a ITU (International Triathlon Union) na cidade Avignon, na França. A CBTri (Confederação Brasileira de Triathlon) foi fundada em 1991, na cidade de Salvador, Bahia. Atualmente sua sede situa-se em Vila Velha-ES.
A idéia do triathlon olímpico surgiu com uma demonstração nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, visto que à época os 1500 m de natação, os 40 km de ciclismo contra-relógio e os 10 km de corrida na pista, correspondiam às provas mais longas para essas modalidades. Assim as distâncias ditas olímpicas se tornariam padrão e é, atualmente, a medida oficial para as provas do campeonato mundial, sul-americano, pan-americano e jogos olímpicos.
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